As características de condutibilidade térmica dos painéis (0,13 W/m.ºK.) apresentam valores ímpares de entre os materiais de construção com capacidade estrutural. Um painel simples com 95 mm de espessura, sem isolamento, satisfaz o desempenho mínimo requerido pelo RCCTE. A natural colocação de revestimentos, de espaços não ventilados e de material de isolamento térmico proporciona uma solução com características excecionais, atingindo-se facilmente coeficientes de transmissão térmica inferiores a 0,35W/m2.ºK..
O bom desempenho na estação fria assenta ainda na ausência de pontes térmicas planas e nas reduzidas pontes térmicas lineares associadas ao sistema construtivo. Não obstante do facto de as paredes compostas por painéis de CLT apresentarem características de resistência térmica por si só relevantes, estas traduzem ainda uma melhoria significativa quando comparadas com as paredes de alvenaria que compõe as envolventes dos edifícios tradicionais. Este bom comportamento térmico torna-se efetivamente relevante quando comparado com sistemas construtivos tradicionais, como se detalha de seguida.
Adotando a solução com painéis de madeira de CLT, relativamente ao conforto térmico, destacam-se as seguintes vantagens face às paredes de alvenaria:
- Espessura de parede significativamente inferior para os mesmos valores de coeficiente de transmissão térmica;
- Grande redução de pontes térmicas lineares;
- Ausência de pontes térmicas planas.
A ausência de pontes térmicas planas é justificada pela homogeneidade do material entre elementos contíguos e consequente inalterabilidade das condições de condutibilidade térmica. As figuras seguintes ilustram estas diferenças construtivas.
Estes dois últimos pontos são particularmente significativos, dado que, devido às atuais restrições regulamentares, nas estruturas tradicionais a problemática das pontes térmicas lineares e planas obriga a cuidados acrescidos, requerendo métodos de execução mais complexos, que comportam maiores custos e maiores riscos de futura patologia. A execução de estruturas em CLT revela-se neste campo uma solução mais simples, mais competitiva e que implica menores perdas térmicas.
Artigo redigido por:
Eng.ª Ana Costa | Direção Departamento de Construção Civil